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Brasil reduz emissões mas desafios persistem para cumprir metas climáticas

Em 2022, o país registrou uma redução de 8% nas emissões de gases de efeito estufa, atingindo 2,3 bilhões de toneladas, de acordo com o 5º Relatório de Avaliação do IPCC. Apesar da queda, as emissões continuam sendo a terceira mais alta desde 2005, superando apenas os anos de 2019 e 2021.
Em 2022, o país registrou uma redução de 8% nas emissões de gases de efeito estufa, aponta relatório.
Em 2022, o país registrou uma redução de 8% nas emissões de gases de efeito estufa, aponta relatório. Imagem: Canva

O 11º Relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases do Efeito Estufa do Observatório do Clima, o SEEG, foi divulgado nesta quinta-feira (23) e mostra uma queda de 8% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação ao ano anterior. A principal razão foi a queda no desmatamento na Amazônia, contribuindo para um total de 1,12 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. No entanto, as mudanças no uso da terra, que incluem a manipulação de todos os biomas brasileiros, ainda representam 48% das emissões totais do país.

Emissões de gases
de efeito estufa do
Brasil de 1990 a
2022. Imagem: SEEG/Observatório do Clima.
Emissões de gases de efeito estufa do Brasil de 1990 a 2022. Imagem: SEEG/Observatório do Clima.

A Agropecuária é responsável por 27% das emissões brutas, totalizando 617 milhões de toneladas de CO2 equivalente, um aumento de 3% em relação a 2021.

Em terceiro lugar a Energia, com 412 milhões de toneladas de CO2 equivalente, uma queda de 5% após um aumento recorde de 24% no ano anterior.

Por último, os resíduos e processos industriais, que representam 4% e 3% do total de emissões do país, com variações mínimas de 1% para baixo (setores de resíduos ) e 6% para baixo (processos industriais). 

Emissões líquidas e comparação internacional

Mundialmente, o Brasil é o sexto maior poluidor climático, contribuindo com 3% do total global, ficando atrás da China, EUA, Índia, Rússia e Indonésia. Considerando a União Europeia como um país, o Brasil ocupa a sétima posição. Descontando as remoções por florestas secundárias e áreas protegidas, as emissões líquidas nacionais foram de 1,7 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, uma queda de 11% em relação a 2021.

Impacto e perspectivas futuras

O relatório do SEEG destaca que entre 2019 e 2022, o Brasil emitiu 9,4 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa.

Com o aumento das emissões nos últimos quatro anos, o país enfrenta um desafio a mais para cumprir sua meta no Acordo de Paris. Será necessário reduzir o desmatamento em 49% na Amazônia até 2025, equivalente à média dos anos de menor devastação (2009 a 2012).

2030

A promessa de zerar o desmatamento até 2030 pode fazer com que o Brasil atinja com folga sua meta na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). As emissões projetadas para este ano seriam de 685 milhões de toneladas de CO2 equivalente, quase metade do previsto na NDC (1,2 bilhão de toneladas). Isso destaca a possibilidade de diminuir os efeitos das mudanças climáticas no país nos próximos sete anos, algo importante para estabilizar o aquecimento global em 1,5ºC.

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