O assunto Sustentabilidade está em alta, mas a jornada em direção ao consumo consciente enfrenta desafios, como a dificuldade em encontrar produtos que agridam menos o meio ambiente nas lojas e a preocupação com o preço desses itens.
De acordo com a pesquisa, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2023, 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis sempre ou na maioria das vezes, representando um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Nos últimos seis meses, as principais práticas sustentáveis adotadas incluíram evitar desperdício de água (90%), evitar desperdício de energia (89%), reduzir a produção de lixo (78%), reutilizar água (74%), separar lixo para reciclagem (65%), reutilizar embalagens de produtos (60%) e reutilizar o uso de embalagens (70%).
O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta a importância de todos contribuírem para um futuro melhor: “Todos temos de fazer a nossa parte: governo, sociedade e setor produtivo juntos, no que cabe a cada um para viabilizar a descarbonização da economia.”.
Desafios no consumo consciente
Apesar do aumento nas práticas sustentáveis, a pesquisa destaca desafios enfrentados pelos consumidores. Cerca de 62% consideram difícil encontrar produtos sustentáveis nas lojas, e 45% não verificam se os produtos que compram foram produzidos de forma ambientalmente sustentável. Os problemas apontados incluem a falta de campanhas de conscientização (19%), hábitos ruins (15%) e desconhecimento (15%).
O preço mais alto de produtos orgânicos ou que preservam o bem-estar animal ainda é uma barreira para muitos. Cerca de 32% compram alimentos orgânicos apenas se não houver diferença no valor com os não orgânicos. Além disso, 33% compram produtos que preservam o bem-estar animal apenas se o preço for o mesmo que produtos convencionais.
Quem são os brasileiros que reciclam?
Os dados mostram um perfil diverso de quem separa lixo para reciclagem. São 57% da região Sudeste, 55% do Sul, 36% do Nordeste e 32% do Norte/Centro-Oeste adotaram a prática. O interior se destaca, com 50% praticando a separação, enquanto nas regiões metropolitanas e capitais, o índice cai para 45% e 42%, respectivamente.
Aspectos etários também influenciam, com 56% das pessoas com 60 anos ou mais separando lixo para reciclagem sempre. Já entre os jovens de 16 a 24 anos, o índice é de 34%. A escolaridade também tem peso, com 55% das pessoas analfabetas ou com ensino fundamental separando lixo, enquanto esse número cai para 44% entre aqueles com ensino superior.
As maiores dificuldades apontadas para adotar a prática de reciclagem foram falta de costume e esquecimento (29%), ausência de coleta seletiva (20%) e falta de informação sobre reciclagem ou coleta seletiva (11%).