REVELATOR

Transporte coletivo urbano se mantém essencial mesmo em cenário de crise

O cenário atual faz parte da nova Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, lançada na última quarta-feira (7), com o apoio da NTU
Pesquisa CNT, imagem de ilustração
Imagem de: O Regional

Em um momento marcado por debates intensos sobre mobilidade urbana, especialmente em um ano eleitoral, o transporte coletivo urbano de passageiros se destaca como um serviço essencial no Brasil. Apesar da concorrência crescente com os transportes por aplicativo e o transporte clandestino, o ônibus continua sendo a única opção de locomoção disponível para 52,7% dos usuários de transporte. Esses dados são parte da nova Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, lançada durante a Lat.bus Transpúblico, a Feira Latinoamericana do Transporte, em São Paulo.

Realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) com apoio da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a pesquisa entrevistou 3.117 pessoas em 319 municípios com mais de 100 mil habitantes entre 18 de abril e 11 de maio de 2024. O estudo busca entender os principais modos de transporte utilizados pela população brasileira, caracterizar os deslocamentos diários e avaliar a percepção dos passageiros sobre o setor de transporte urbano no país.

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, ressaltou a importância de entender os desafios enfrentados pelos usuários do transporte público para propor soluções que incentivem o uso desses serviços em todo o país.

“Em um ano com eleições municipais, é fundamental que os candidatos coloquem a mobilidade urbana no centro de suas propostas, garantindo investimentos e políticas que tornem o transporte público mais eficiente, seguro e acessível para todos”, afirmou Costa.

Mudanças nas preferências dos usuários

A pesquisa revelou mudanças significativas nas preferências dos usuários. Enquanto a parcela da população que considera o transporte público um problema quase dobrou desde a última pesquisa em 2017 (de 12,4% para 24,3%), a utilização do ônibus diminuiu. Em 2017, 45,2% dos entrevistados usavam ônibus, enquanto em 2024 esse número caiu para 30,9%. A popularidade do metrô também sofreu uma leve queda, de 4,6% para 4,2% no mesmo período.

A diminuição no uso do transporte público está correlacionada com o aumento da posse de veículos próprios. A pesquisa indica que o uso de carros particulares subiu de 22,2% em 2017 para 29,6% em 2024, enquanto o uso de motos praticamente dobrou, de 5,1% para 10,9%.

Concorrência dos aplicativos de transporte

A pesquisa destaca o impacto crescente dos serviços de transporte por aplicativo. A utilização dessa modalidade passou de 1,0% em 2017 para 11,1% em 2024. Para 56,9% dos entrevistados, essa mudança levou à redução ou até mesmo à eliminação do uso de ônibus. O estudo ainda revela que esses serviços estão ganhando popularidade entre as classes de renda mais baixa, com 56,6% dos usuários de aplicativos pertencendo à classe C e 20,1% às classes D/E.

Transporte público ainda é essencial

Apesar das mudanças e desafios, o transporte coletivo urbano continua sendo fundamental para a população de baixa renda. As classes C e D/E são as que mais utilizam ônibus (79,2%), trem urbano/metropolitano (77,1%) e metrô (62,3%). Esses números destacam a importância de políticas públicas que assegurem o acesso da população com menor poder aquisitivo a um transporte de qualidade.

Os resultados da Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana reforçam a necessidade de atenção e investimentos no transporte público coletivo, especialmente em um ano de eleições municipais. Como afirmou Francisco Christovam, diretor executivo da NTU, “a revitalização do transporte público urbano passa por colocar o passageiro em primeiro lugar”. As soluções para melhorar a mobilidade urbana no Brasil devem focar em atender às necessidades dos usuários, garantindo um transporte seguro, eficiente e acessível para todos.

Saiba mais clicando aqui.

Pesquisa CNT.

Leia também

Aplicativo de mobilidade KIM lança nova versão mais leve e intuitiva: Conheça o KIM 2.0

Compartilhe

Veja também