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CCR estuda projeto inovador: primeiro VLT a hidrogênio verde no Brasil

Presidente da empresa destaca potencial brasileiro para produção limpa de energia e aponta economia estrutural. Além de destacar que projeto pode impulsionar avanços na mobilidade urbana e sustentabilidade.
Primeiro VLT movido a hidrogênio verde deve chegar ao Brasil. — Imagem: Luoman/Getty Images Signature.
Primeiro VLT movido a hidrogênio verde deve chegar ao Brasil. — Imagem: Luoman/Getty Images Signature.

O Grupo CCR, empresa do setor de concessões de infraestrutura e serviços, está planejando a introdução inédita do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) movido a hidrogênio verde no Brasil. A iniciativa, liderada pelo presidente da CCR Mobilidade, Marcio Hannas, busca aproveitar o potencial do país para produção de energia limpa, aliado à carência de infraestrutura ferroviária, tornando o projeto uma possibilidade viável.

Marcio Hannas destaca que a inspiração para o projeto surgiu após experiências bem-sucedidas em países da Ásia e da Europa, onde VLTs e trens movidos a hidrogênio verde já se mostraram eficientes. “A gente acredita que o Brasil está preparado. É um país onde essa solução de ferrovia a hidrogênio pode ter uma presença importante no segmento ferroviário. Estamos buscando essas soluções justamente por acreditar no potencial do Brasil para utilização da energia por hidrogênio verde”, afirma. 

Hannas também destacou que os investimentos em infraestrutura tendem a ser mais baixos. Isso se deve aos menores custos de manutenção, incluindo a eliminação de problemas frequentes no Brasil, como roubos de fios de cobre em redes elétricas.

Bahia como local escolhido para o projeto piloto

O Grupo CCR busca um local adequado para implementar o projeto, com a Bahia destacando-se como um dos estados potenciais para sediar o empreendimento piloto.

Hidrogênio verde e sustentabilidade

O hidrogênio verde, para ser considerado sustentável, deve ser produzido de forma ecologicamente correta, utilizando energias renováveis como solar e eólica. No processo de eletrólise, a água é purificada, enviada a um eletrolisador que produz hidrogênio e oxigênio, emitindo apenas vapor d’água para a atmosfera.

A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2023 aponta que o Brasil precisa investir aproximadamente R$ 295 bilhões em mobilidade urbana até 2042 para equiparar-se aos padrões de transporte público de referência na Cidade do México e em Santiago. O investimento necessário nos próximos 20 anos deve ser o dobro do valor aplicado nos últimos cinco anos.

A proposta é priorizar modais de transportes não-motorizados para reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos. A CNI destaca que, dos R$ 295 bilhões estimados, R$ 271 bilhões devem ser destinados à expansão de linhas de metrô, seguido por investimentos em trens (R$ 15 bilhões) e BRTs (R$ 9 bilhões).

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