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Mais de 30 estações de transporte em São Paulo têm nomes de origem indígena

Anhanguera, Jaraguá, Sapopemba e Utinga são alguns dos nomes com influência das línguas indígenas
nomes de origem indígena, chegando no Jaraguá
Imagem de Divulgação/Metrô CPTM

Nomes de origem indígena. Na metrópole onde milhões transitam diariamente, muitos desconhecem a rica tapeçaria cultural que nomeia as estações e terminais de São Paulo. Esses nomes, muitas vezes passados despercebidos na correria diária, têm profundas raízes nas línguas indígenas, refletindo a significativa influência da cultura indígena na identidade brasileira.

Em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) destaca mais de 30 estações e terminais cujos nomes derivam de termos indígenas, permeando as linhas da CPTM, Metrô e terminais da EMTU. Alguns exemplos notáveis incluem Anhanguera, Jaraguá, Sapopemba e Utinga.

Explorando a etimologia dos nomes

Linha 7-Rubi da CPTM: Estações como Jaraguá, que significa “senhor do vale”, e Pirituba, indicando “muita vegetação de brejo”, exemplificam como os nomes refletem características geográficas ou qualidades naturais das áreas.

Linha 10-Turquesa: Utinga, que traduz para “rio claro”, e Capuava, “abrigo na roça”, mostram a relação íntima com a natureza e o ambiente local.

Linha 11-Coral: Mogi das Cruzes, do tupi “rio das cobras”, e Guaianases, uma homenagem aos índios Guaianás, ilustram a preservação da história indígena na nomenclatura urbana.

Linha 12-Safira: Itaquaquecetuba, significando “lugar abundante de taquaras-faca”, revela a importância do local na vida cotidiana e cultural dos povos indígenas.

Expresso Turístico: Paranapiacaba, que se traduz como “lugar onde se vê o mar”, oferece um vislumbre das rotas de observação e orientação usadas pelos povos nativos.

Estrada de Ferro Campos do Jordão – EFCJ

Pindamonhangaba – A estação Pindamonhangaba da Estrada de Ferro tem nome de origem indígena e significa “lugar onde se fazem anzois”.

EMTU

Estação de Transferência Anhanguera (RMC): Anhanguera foi o apelido dado pelos indígenas ao bandeirante paulista, Bartolomeu Bueno da Silva. Na língua tupi significa Diabo Velho. 

Estação Itararé do VLT (RMBS):  Itararé em tupi-guarani significa “pedra que o rio cavou”.

Estação Paquetá: Nome de uma futura estação da linha 2 do VLT, em construção, Paquetá significa “muitas pacas”, pela junção dos termos paka (paca) e etá (muitos).

Metrô

Linha 1-Azul: O nome da estação Carandiru tem origem tupi-guarani e é uma combinação das palavras Carandá Iru “Recipiente feito de carandá” Carandá “Abelha da carnaúba”; Portuguesa-Tietêsignifica “rio verdadeiro”; Tucuruvi tem origem tupi-guarani e o nome quer dizer gafanhotos verdes.

Linha 2- Verde: Alto do Ipiranga significa “Rio Vermelho”.

Linha 3-Vermelha: Bresser-Mooca é a junção de moo (fazer) e oca (casa) e significa “faz casa”.

Linha 15-Prata: Sapopemba é um nome tupi que significa “raiz angulosa, com protuberâncias”.

Significados culturais profundos

A seleção de nomes de origens indígenas para pontos tão transitados quanto as estações de metrô e terminais de ônibus não apenas honra a herança cultural dos povos originários do Brasil, mas também serve como uma janela educacional para milhões de passageiros diários. Este reconhecimento pode servir como um lembrete da presença indígena e da continuidade de suas influências na sociedade contemporânea.

Contribuições para a sustentabilidade e mobilidade urbana

Ao adotar nomes de origem indígenas, São Paulo também celebra uma abordagem mais sustentável e consciente em relação ao ambiente urbano, uma conexão vital em um mundo onde a mobilidade urbana e a sustentabilidade estão cada vez mais entrelaçadas. A homenagem da STM através destes nomes traz uma dimensão adicional à jornada diária dos cidadãos, incorporando lições do passado enquanto se navega pelo presente e se planeja para um futuro mais integrado e respeitoso.

Este destaque dos nomes indígenas nos transportes metropolitanos não apenas enriquece a experiência cultural dos usuários, mas também reforça a importância de reconhecer e integrar a herança indígena nas estruturas modernas de nossa sociedade.

Para mais informações sobre as origens dos nomes das estações e a celebração do Dia dos Povos Indígenas, visite o site da Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Secretaria dos Transportes Metropolitanos

A STM cuida diariamente do transporte de 8,5 milhões de passageiros, na média dos dias úteis. São passageiros que usam os ônibus gerenciados pela EMTU, além dos trens do Metrô, da CPTM e das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, estas quatro últimas concedidas à iniciativa privada. A Estrada de Ferro Campos do Jordão, no interior do Estado, também é responsabilidade da STM.

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